Ontem eu postei um meme da Princesa Diana que mostra como a mesma estava fisicamente no dia seguinte à declaração pública do Príncipe Charles sobre a infidelidade cometida por ele. Ela estava simplesmente esplêndida!

A primeira vez que eu vi esse meme eu apenas pensei em como ela parecia fisicamente com a minha mãe e como essa atitude dela perante à declaração de infidelidade do marido também era a cara da minha mãe. É, eu acho que nunca vi a minha mãe chorar e também nunca a vi ficar sentida pelo relacionamento com meu pai.
A segunda vez que vi a foto e a analisei com mais calma, pensei: talvez por dentro Diana não estivesse tão bem assim.
A verdade é que somos seres dotados de sentimentos. Sofremos, mas muitas vezes calados. Sentimos, mas muitas vezes em silêncio. Acho que é uma dualidade porque vivemos em uma sociedade cujo objetivo master é o sorriso. Mais do que ser felizes, precisamos parecer felizes (e olha que triste isso – o “parecer” sendo mais importante que o “ser’).
Mas ao mesmo tempo, somos seres sociais e mesmo não sendo famosos, temos uma parte da nossa vida que é pública (o que é acentuado ainda mais com nosso uso das redes sociais). E isso cada vez mais acentua em mim a seguinte percepção: as pessoas não precisam saber tudo sobre nós.
Simplesmente há coisas que não temos como esconder, principalmente daqueles que convivem com a gente ou nos acompanham. Mas quanto de fato é necessário que terceiros saibam? Precisamos expor, nos explicar ou dar detalhes da nossa vida pessoal no nosso ambiente de trabalho por exemplo? A resposta é não.
Como escritora na web e ao mesmo tempo graduada em administração e colaboradora há muitos anos em uma grande instituição, aprendi que em cada ambiente me porto de uma maneira. Isso não é ser alguém que usa máscaras, mas alguém que se adapta às diferentes circunstâncias e ao que elas exigem de mim. É possível sim separar o que somos, nossos anseios e sentimentos mais íntimos daquilo que precisamos expor ao conviver em sociedade.
Com os anos aprendi que talvez aquela minha tia, meu colega de faculdade ou de trabalho não precisem saber do meu relacionamento amoroso ou do meu sonho mais precioso, meus planos sobre as próximas férias ou tampouco sobre meu final de semana. Mas que ao meu amigo do peito (que às vezes pode ser também meu colega ou um parente, quem sabe) eu posso sim me abrir e dividir intimidade, por quê não? Do contrário a gente se isola da vida e se fecha em um casulo.
A maturidade ensina que doses de equilíbrio podem ser mais valiosas do que doses de transparência. Ao sermos transparentes demais nos expomos a quem nem sempre nos quer bem e podemos também acabar sendo invasivos com o outro.
Minha reflexão sobre o meme da Lady Diana, esplêndida em um vestido preto enquanto enfrentava um vendaval em sua vida pessoal, é que nem todos precisam ou merecem saber tudo sobre nós.
Nat Medeiros